Neste mundo em que vivemos, andamos repletos de ações que nos levam a aprender. A aprendizagem acontece num enlace entre informação, conhecimento e saber. Todavia nem sempre nossas experiências com o saber são bem sucedidas, e algumas vezes vimos o insucesso nas escolas, onde os alunos como individuo, tem este espaço para aprenderem novos saberes, ou seja, transformarem o que aprendem no dia-a-dia, em experiências e em saberes científicos.
Pensando em como melhorar a aprendizagem dos meus alunos e auxiliar a outros professores a tornar o processo ensino-aprendizagem mais significativos foram umas das razões que me fizeram mergulhar de cabeça neste programa de educação continuada. Antes de me deparar sozinha com a minha turma de cursistas, tivemos uma aula inaugural preparada pelas formadoras de Língua Portuguesa e nossa Coordenadora Carla. Tudo foi preparado com muita dedicação e nossa Coordenadora muito organizada. Sentimos neste primeiro encontro um clima tenso que pairava no ar, todavia o mesmo foi aos poucos se dissipando através das colocações da Carla e de nós formadoras. Não poderia de deixar registradas as eloqüentes palavras da colega Luiza que acalentou as ansiedades e semeou um pouco de alivio e CONFIANÇA.
Confiança é a palavra chave, pois as cursistas devem acreditar na proposta do programa e acima de tudo em si mesmas. O grande dia chegou. Preparei todo o material com toda a dedicação possível, aproveitando sugestões recebidas pela Professora Andreia durante o curso. Procurei durante o encontro estreitar cada vez mais a UNIÃO entre todas as cursistas, pois assim criaria um ambiente propício para o desenvolvimento das atividades. Usei toda a tecnologia disponível para tornar a aula atrativa e motivadora. No final do encontro me senti orgulhosa, pelas falas manifestadas pelas cursistas senti que daria certo.
Os encontros seguintes aconteceram de forma bem agradável, pois houve interação e participação das cursistas nas atividades propostas. Durante os encontros reservei uma parte para a socialização das atividades aplicadas em sala de aula. Que momento sensacional, todas ouviam atentamente aos relatos anotando as atividades aplicadas. Houve uma completa interação. Todo o material produzido pelas cursistas: atividades, relatórios, avaliação do TP faz parte do portfólio. Trabalhei o TP 3 procurando seguir as orientações recebidas durante o curso, fazendo leituras, explanando tópicos no data-show, fazendo atividades individuais e em grupos,ou seja, enfocando todos os passos.
As cursistas tiveram boa aceitação do material, aplicaram as atividades nas salas de aulas e sentiram mudanças no resultado. Pois, neste novo olhar para o texto podemos despertar até aquele aluno que andava esquecido num canto qualquer da sala.
As manifestações das cursistas foram POSITIVAS, cabe ressaltar algumas: “Gostei porque as atividades trabalhadas em sala de aula são socializadas nos encontros”. “São aulas diferentes que estamos proporcionando para nossos alunos”. ”Os cadernos TP 3 e AAA 3 são ótimos e de fácil entendimento e aplicabilidade” “O material fornecido os TPs são ricos em textos e atividades e com eles podemos, não só, diversificar nossas aulas, bem como ilustrar e valorizar a prática”. Quanto aos pontos NEGATIVOS as manifestações foram quanto ao pouco tempo para o desenvolvimento e conclusão das atividades do TP, pois temos encontros semanais. Elas colocam que conseguem aplicar, mas não há tempo para a conclusão.
Uma cursista trouxe uma declaração sobre a aplicação de uma atividade realizada em sala de aula que achei GRATIFICANTE, pois com pouco tempo de aplicação o programa já está dando seus primeiros frutos. A cursista comentou: ”Chegou o recreio e os alunos queriam continuar a atividade”. Acredito que dessa forma faremos SUCESSO, pois teremos uma mudança na prática pedagógica.
Já dizia o poeta,” Um sonho que se sonha sozinho é apenas um sonho, mas um sonho que se sonha junto vira realidade”. O meu sonho de ser professora começou já na minha infância, quando brincava de “escolinha” com minhas amigas. Meu sonho sempre foi compartilhado pelos meus pais. Embora tenha convivido pouco com minha mãe; pois ela faleceu quando eu tinha apenas oito anos, todavia ficou sempre presente em minha mente e em meu coração toda a sua bondade, amor e carinho com todos que a rodeavam. Lembro-me que ela preparava o lanche para brincarmos de escolinha. Fecho os olhos e ainda consigo recordar de suas palavras que comentava que eu seria uma boa professora, pois era paciente e dedicada com as colegas. Sua morte foi prematura nos deixou aos quarenta e dois anos deixando um vazio que nunca foi preenchido,
Minha infância até os oito anos foi perfeita, criança inocente que só pensava em brincar e ir para a escola. A partir da morte de minha mãe tudo ficou sem graça, a vida perdeu o colorido e os dias passaram a ser cinzentos. Estava na terceira série quando minha mãe morreu, não vou esquecer jamais da atenção e carinho que recebi da Professora Edna. Tornei-me uma criança quieta e tímida, passei a ser cada vez mais medrosa. Meu pai viúvo com apenas cinqüenta anos não pensou mais em se casar, pois tinha duas meninas, eu e minha irmã mais nova com seis anos, além de cinco rapazes. Ficou apreensivo que não desse certo e preferiu não arriscar.
Quando comecei a cursar a quinta série a situação piorou, pois fui me fechando cada vez mais, não tinha ninguém para conversar. Meu pai nunca foi de muita conversa, principalmente com filha mulher, somente ensinava o que era certo ou errado. O meu sonho de ser professora foi se apagando dentro de mim, com toda minha timidez nunca poderia me tornar professora. Naquela época tinha prova oral, que terror, estudava bastante, mas não hora não conseguia falar. A situação começou a apresentar alguma melhora quando já estava na sétima série, pois comecei a fazer amigos e aos poucos a alegria foi voltando a minha vida. Quando estava cursando a oitava série que seria o meu ultimo ano naquela escola, meu pai foi despertando cada vez mais o meu sonho. Nesta época já tinha mais amigos e já aos poucos fui desabrochando para a juventude e as expectativas de uma nova escola.
O fato de estudar em outra escola e em outro município causou-me grande euforia, mas que durou pouco. Teria que viajar de ônibus sendo que passava mal nas poucas viagens feitas até então, e agora seriam todos os dias. Mas o pior ainda estava por vir, ninguém da minha escola iria estudar comigo. Os poucos que iriam estudar iam para outra escola. Meu pai não queria outra escola, pois a que ele escolheu tinha o curso de Magistério. Meu primeiro semestre foi horroroso, chegava ao colégio tonta porque passava mal na viagem e na volta para casa a mesma coisa. Aos poucos fui me acostumando com as viagens, mas já não acreditava tanto no meu sonho. Sentia-me perdia naquele colégio tão grande e com apenas uma amiga tão tímida quanto eu. Meu pai sentia orgulho de mim, cada vez que ia pegar o boletim eu era elogiada como boa aluna e quietinha. Como a quietinha queria falar, ser bem tagarela. No segundo semestre a situação ficou cada vez pior, fui ficando deprimida e sem vontade de estudar, minhas notas baixaram e fiquei em recuperação. Meu pai sempre me apoiando, embora fosse um homem de pouca conversa sempre me orientou sobre os valores do ser humano. Acho que não fui reprovada porque eu era muito quietinha.
No segundo ano teríamos que escolher o curso profissionalizante, a matrícula foi feita no Magistério, embora estivesse receosa. A vida nos reserva surpresas e já estava na hora delas aparecerem para mim. Reencontrei minha amiga da oitava série no curso de Magistério e encontrei uma professora que colocou um pouco de luz no meu caminho. Não esqueceria jamais a dedicação, amizade e carinho da professora Fátima, ela lecionava a disciplina de Didática e era a Coordenadora do curso. Ao seu lado fui tendo mais confiança, suas palavras de incentivo e de coragem me alegrava a alma. Meu curso de Magistério foi concluído com muito sacrifício, pois meu pai com muita dificuldade fazia ecomonia para me manter estudando. Sei que a realização de concluir o curso encheu meu pai de orgulho.
Após a conclusão do Magistério prestei vestibular, Pedagogia em primeira opção e Letras em segunda. Fui aprovada para Letras, não era o que queria então resolvi fazer até consegui mudar de curso. Bastaram alguns meses de aula e já estava apaixonada pelo curso. Houve um encantamento pela leitura e pela literatura. Mas na minha vida nada aconteceu fácil, tive que transpor muitos obstáculos para conseguir alcançar meus objetivos. O inesperado apareceu, no final do primeiro semestre meu pai me comunicou que deveria deixar a faculdade, pois ele não poderia mais pagar. Lembro-me como se fosse hoje, parecia que o mundo tinha aberto um buraco bem grande embaixo de meus pés e eu havia caído. Não tinha forças nem animo para reagir. Todavia meu pai sempre confiante e me encorajando para não desistir. Teria que arrumar um emprego sabia que não seria fácil, pois já havia tentado. Decidi tentar novamente, não iria desistir. Comecei a ir todos os dias na Coordenadoria Estadual que estava localizada no município, de tanto insistir acabaram dando-me uma vaga. Foi uma vitória, fiz um trabalho excelente que agradou a todos.
No final do mesmo ano fiz concurso publico estadual para professora e fui aprovada. Apareceu outro obstáculo a ser vencido, a escola onde iria trabalhar ficava em outro município de difícil acesso de ônibus, sendo que teria que morar no local. Sempre tive muita fé e fui em frente. Fui acolhida com muito carinho por um casal de idosos, sua filha e sua netinha. Trataram-me como um membro da família. Vinha para casa somente nos finais de semana. Fiquei na escola por dois anos e depois fui transferida para meu município. De volta para casa pude então retomar o curso de Letras. Com o incentivo de meu pai conquistei mais esta vitória. Após a conclusão do curso mudei de área e comecei a lecionar de quinta a oitava série, logo em seguida também com o ensino médio. Anos depois conclui também a pós-graduação.
Sempre procurei participar e aproveitar todas as oportunidades de aperfeiçoamento que me foram proporcionadas participei de cursos de capacitação, seminários, educação continuada em novas tecnologias, educação continuada no Progestão, feiras entre outros. Buscando sempre inovar a pratica pedagógica.
Nestes meus 25 anos de Magistério já exerci várias funções, mas nenhuma delas me proporcionou tanto prazer e satisfação como a sala de aula. É o lugar onde me sento completa, procurando tornar a educação cada vez melhor. Pois, acredito na escola pública. Meu pai faleceu no ano passado aos 89 anos, foi um verdadeiro guerreiro e nunca me deixou desistir de SONHAR.
UNIDADE 1- O GESTAR II COMO PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM SERVIÇO
É um programa de formação continuada semipresencial, orientada para a formação de professores de matemática e língua portuguesa, objetivando a melhoria do processo de esnsino-aprendizagem.
A finalidade do programa é elevar a competência dos professores e de seus alunos e, consequentemente, melhorar a capacidade de compreensão e intervenção sobre a realidade sociocultural.
A modalidade do programa é de formação semipresencial fundamentada pela teoria e pelos pressupostos da educação a distancia, que oferece estratégias de estudo individuais, visando a autonomia do estudante. Esta formação, apoiada por cadernos teórico-práticos para o estudo autônomo, inclui encontros presenciais para a realização de atividades como: troca de experiências e reflexão individual e em grupos, esclarecimentos de duvidas e questionamentos, planejamento e elaboração de situações didáticas, análise critica das atividades praticas em sala de aula.
O programa garante a formação continuada em serviço para professores e formadores a ser desenvolvida ao longo de um ano, sendo 96 h presenciais para formadores e 204 horas não-presenciais. Devendo ter no mínimo 75% de freqüência, entregar os portfólios e as atividades indicadas. O formador receberá sua certificação pela UNB.
O professor cursista estadual e municipal ficará sob responsabilidade do professor formador, tendo 300 horas de curso: 120 presenciais e 180 a distancia. A certificação será feita pela secretária Estadual e Municipal.
Os materiais de ensino-aprendizagem são: 6 cadernos de Teorias e Práticas-TP, 1 Guia Geral e 1 Caderno do formador.
As estratégias para implementação e avaliação são: oficinas coletivas, plantão pedagógico, realização das atividades, relatórios quinzenais e atividades em sala de aula.
UNIDADE 2- A PROPOSTA PEDAGÓGICA DO GESTAR II
O trabalho do Gestar II se baseia na concepção sócio-construtivista do processo de ensino-aprendizagem, onde alunos e professor constrõem juntos o conhecimento em sala de aula por meio de uma relação apoiada no interesse e na participação ativa dos alunos e da atuação do professor como mediador, entre os alunos e o conhecimento social e historicamente construído.
CURRÍCULO DO GESTAR II – LÍNGUA PORTUGUESA
O objetivo geral de língua portuguesa é possibilitar ao professor de anos finais um trabalho que propicie aos alunos o desenvolvimento de habilidades de compreensão, interpretação e produção dos mais diferentes textos.
Nos Cadernos de Teoria e Prática, busca-se evidenciar que no trabalho com a linguagem, se privilegia o uso da Língua como atividade social e comunicativa em que os interlocutores atuam em um espaço cultural e histórico.
Os cadernos de Teoria e Prática envolvem: TP 1- Linguagem e Cultura, TP 2- Análise Linguística e Análise Literária, TP 3- Gêneros e Tipos Textuais, TP 4- Leitura e Processos de escrita I, TP 5- Estilo, Coerência e Coesão, TP 6- Leitura e Processos da Escrita II.
UNIDADE 3- A IMPLEMENTAÇÃO DO GESTAR II
Organização dos Cadernos de Teoria e Prática: Título da Unidade, Iniciando nossa conversa, Definindo nosso ponto de chegada (objetivos), Seções, Atividades, Indo à sala de aula, Avançando na prática, Importante, Recordando, Resumindo, Bibliografia, Leituras sugeridas, Ampliando nossas referências e Correção das atividades.
Sistema de Avaliação do Professor Cursista: Direitos e Deveres, Frequência de 75%, Lição de casa (portfólio), Projeto.
Atribuições e Responsabilidades do Formador para com o Cursista: Planejar os encontros presenciais e os planos de aulas. Participar da apresentação e divulgação do Gestar. Realizar o acompanhamento da prática pedagógica do professor. Executar as sessões presenciais. Acompanhar ou orientar o estudo individual do professor cursista, a sua prática pedagógica, a ação do coordenador da escola. Listar as dificuldades e demandas mais correntes na implementação do programa nas escolas e sugerir medidas de correção. Avaliar o desenvolvimento do professor cursista, analisando indicadores de desempenho e registrando o seu progresso. Manter o coordenador do programa atualizado, apresentando relatórios e resultados das avaliações.
UNIDADE 4 – O GESTAR II, AS EXPECTATIVAS DE MUDANÇAS E A ESPECIFICIDADE DO PROGRAMA EM CADA ESCOLA.
O programa conta com a construção coletiva dos professores, coordenada pelos formadores. Eles devem reservar horas para estudo individual, participar das sessões presenciais e se comprometer com o grupo de colegas, levando as suas parcelas de vivências para serem trabalhadas com as dos outros.
A dupla professor-aluno será o foco do Gestar II, a escola terá que voltar todas as suas ações para o aprimoramento desta relação, do ponto de vista afetivo e pedagógico, visando o desenvolvimento global doa alunos,
UNIDADE 5- PROCEDIMENTOS PARA A UTILIZAÇÃO DOS CADERNOS DE ATIVIDADES DE APOIO À APRENDIZAGEM DO ALUNO
Objetivosdo AAA: Subsidiar as aulas com atividades individualizadas aos alunos que se diferem quanto ao ritmo e forma de aprendizagem. Promover atividades para ensinar conteúdos que o aluno não aprendeu anteriormente e sanar deficiências detectadas ao longo do processo.